quinta-feira, 28 de março de 2013

Um pecado chamado irrelevância

Informe do  HSBC na Exame não traz informação relevante para o púbico da revista


É natural que uma marca que queira desenvolver conteúdo opte por se associar a um veículo tradicional de mídia, seja pelo seu alcance, seja pelo seu prestígio, seja pela sua credibilidade, seja pela sua total adequação ao público alvo. Já mostrei aqui alguns cases que fazem uso deste recurso, como a marca Lifebuoy no MSN e o Barclays no Mumsnetter.

Esse mês, o HSBC começou a usar a revista Exame, da Editora Abril, como plataforma para fazer o seu "branded content", idealizado pela agência JWT. Pelo que consta em um release que recebi sobre a ação, a Exame será usada até o fim do ano e o banco pretende futuramente escolher outros parceiros para disseminar conteúdo relevante para seus clientes.


Curiosa, comprei a revista deste mês para ver como ficou e confesso que me decepcionei. Vamos em partes: sim, a Exame pode dialogar diretamente com parte do público do banco e emprestar bastante credibilidade a esse projeto. Até aí, anunciante e agência acertaram. Como é preciso ser feito para não comprometer a reputação do veículo, há sinalizações bem claras, pela mudança de diagramação e pelo rodapé gigantesco no índice indicando que é um material produzido pelo HSBC o conteúdo da página 27. Isso também me parece muito correto. O grande pecado, pelo menos nesta primeira ação é a relevância.

Uma matéria de uma página cujo título é a "Nova Geografia do Consumo" não traz nenhuma novidade e desaparece em meio ao conteúdo bem mais interessante da revista. Tanto pelo assunto que não traz exatamente uma novidade, mesmo para quem não é executivo ou grande conhecedor de economia. Veja o olho da matéria e diga se não concorda comigo que este assunto já vem sido explorado à exaustão em veículos de massa: "Os países emergentes, entre eles o Brasil, representarão o principal mercado consumidor em 2050, alterando profundamente o mapa do comércio mundial". É um assunto que meio que desaparece em um veículo segmentado como a Exame e em qualidade de informação é bastante inferior ao resto da revista, além de visualmente parecer um informe publicitário e informe publicitário não é branded content.

Na minha opinião, até o momento, essa é uma parceria mal resolvida e queima o filme dos envolvidos. A HSBC desaparece oferecendo um assunto batido em meio ao conteúdo editorial, mais relevante para o público da revista. A Exame também derrap porque compromete seu espaço com algo que provavelmente não agregará muita coisa ao seu leitor. Nomes gigantes envolvidos no processo nem sempre significa uma entrega adequada e um case de sucesso.

terça-feira, 26 de março de 2013

Gargalhômetro


Gargalhômetro instalado na rua da felicidade em Pirenópolis (GO) convidava os moradores a testar suas gargalhadas compartilhar a felicidade


Se precisei criticar a Unilever uns dias atrás por tirar toda a espontaneidade da garotinha Julie em uma campanha para a marca Omo, é a hora de tirar o chapéu para uma ação de outra marca sob o guarda-chuva da multinacional holandesa, a Kibon.

O grande mote da Kibon nas redes sociais é compartilhe a felicidade. Para fazer disso uma experiência real, uma possibilidade no custom content que costuma gerar resultados bastante efetivos, a marca realizou uma ação bem fofinha na rua da Felicidade, que fica na pequena cidade de Pirenópolis, em Goiás. A Unilever instalou uma máquina que batizou de gargalhômetro no meio da rua. Nos letreiros, a frase: Dê uma gargalhada e compartilhe a felicidade. O objetivo era mostrar que uma gargalhada pode mudar o dia das pessoas.

Vencida a timidez inicial e a surpresa com o aparelho, os moradores começaram a compartilhar no microfone as suas gargalhadas e a marca conseguiu produzir um vídeo bem bacana, postado com sucesso na sua página no Facebook (até a data consultada, 24/03, foram mais de 19 mil compartilhamentos). Sorveteiros saíram da máquina e distribuíram os picolés, além de sacolas térmicas com sorvetes de massa entre os moradores. No vídeo, apesar de o produto ser mostrado ostensivamente, a ação e a reação dos moradores é bem mais marcante. 


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